sexta-feira, 11 de abril de 2008

Blog de Luto

Nessa madrugada de quinta para sexta(10-11/04), faleceu uma pessoa muito querida.

Meus pais têm um grupo de amigos que vêm juntos desde a escola técnica. Ano passado eles comemoraram 25 anos de amizade com uma festança reunindo grande parte da turma, e até um professor.

Tia Valéria é a esposa de Tio Luiz Otávio. Sim. Todos esses amigos de meu pai são meus "tios". Eles têm 3 filhos. Carolina, que é meses mais velha que eu, Mariana, alguns anos mais nova, e Pedro, bem novo.

Infelizmente alguns anos atrás Tia Valéria descobriu que estava com um câncer. Foi aí que tivemos uma aula de bravura, força de vontade e determinação.

Fazia suas sessões de quimioterapia e tomava seus remédios, mas não deixou se abater e continuou tocando sua vida. Vivia exatamente como vivia antes, com a exceção de ter de abdicar de alguns alimentos, tomar remédios etc.Mas o câncer é uma doença desgraçada.

Aos poucos sua saúde foi se abalando, mas sua garra, sua vontade de viver, eram tão grandes que ela continuava. Podíamos estar desanimados, tristes, que era ELA quem vinha nos animar, nos dar forças, nos animar. E nós seguíamos. Tínhamos um exemplo de pessoa a seguir com relação a perseverança.

Nunca deixou de acreditar em sua cura. E sim. Nós também nunca deixamos de acreditar também. Com a alegria e vontade de viver, como duvidar? Por mais que sua situação estivesse ruim, nós acreditávamos.

Mas infelizmente, aconteceu. Nessa noite, recebemos a notícia de que ela faleceu. O enterro foi hoje a tarde, em Ricardo de Albuquerque. E aqueles amigos da Mauá, de meu pai e minha mãe, estavam lá.

Infelizmente, um ateu não tem aquelas frases prontas de "ela está em um lugar melhor", "deus tá com ela", que são ótimas para confortar neste momento aqueles que ficam. E seria hipocrisia de minha parte falar isso agora, dizer algo em que não acredito.

Eu prefiro lembrar e mencionar os bons momentos em que todos passaram juntos, nos momentos em que tive a felicidade de compartilhar com ela, nas risadas que dei das besteiras quando todos se juntavam para falar... merda!, na aula de vida que ela me deu ao lutar até o fim, incansavelmente, contra uma doença maldita, e mesmo assim tentar manter sua vida o mais normal possível. Eu não sei se conseguiria fazer metade do que ela fez. E duvido que a maioria consiga!

Por fim, posso não acreditar em post mortem. Mas existe uma filosofia de vida que eu tento seguir e acho excelente: "Uma pessoa morre duas vezes. A primeira é sua morte física. A segunda vez é quando é lembrado pela última vez.", e se depender de mim, ela ainda viverá por muito tempo.

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